O universo abriga estruturas de proporções impressionantes, e entre elas destacam-se as chamadas Galáxias Rádio Gigantes. Recentemente, astrônomos identificaram 15 novas dessas galáxias colossais no campo de observação conhecido como “Sculptor Field“, utilizando o telescópio australiano Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP). Essas descobertas ampliam o conhecimento sobre os maiores objetos individuais já detectados, cuja extensão pode superar 12 milhões de anos-luz.
Para se ter uma ideia da dimensão dessas galáxias, a Via Láctea, que é considerada uma galáxia de tamanho expressivo, possui cerca de 105 mil anos-luz de diâmetro. Já a maior das novas Galáxias Rádio Gigantes, identificada como ASKAP J0107–2347, poderia acomodar a Via Láctea mais de cem vezes em sua largura. Essa escala revela o quão extraordinárias são essas estruturas no contexto cósmico.
O que são Galáxias Rádio Gigantes?
As Galáxias Rádio Gigantes são galáxias elípticas massivas que emitem intensas ondas de rádio, originadas principalmente de seus núcleos ativos. No centro dessas galáxias, encontra-se um buraco negro supermassivo, que, ao consumir matéria ao seu redor, libera jatos de partículas em velocidades próximas à da luz. Esses jatos formam lóbulos extensos, visíveis em comprimentos de onda de rádio, que podem se estender por milhões de anos-luz.
Essas galáxias se diferenciam das demais não apenas pelo tamanho, mas também pela presença desses lóbulos de rádio, que podem indicar múltiplos períodos de atividade do buraco negro central. Em alguns casos, como no da ASKAP J0107–2347, observam-se dois conjuntos de lóbulos, sugerindo que o núcleo galáctico ou por mais de uma fase de emissão de jatos, criando estruturas aninhadas semelhantes a bonecas russas.
Como as Galáxias Rádio Gigantes crescem tanto?
O crescimento dessas galáxias está diretamente relacionado à atividade dos buracos negros em seus centros. Quando o buraco negro está ativo, ele lança jatos de matéria que atravessam o meio intergaláctico, formando os lóbulos de rádio. Se não houver obstáculos significativos, esses lóbulos continuam a se expandir, aumentando o tamanho da galáxia rádio ao longo de milhões de anos.
- Atividade do núcleo galáctico: O ciclo de atividade e inatividade do buraco negro pode criar múltiplos conjuntos de lóbulos.
- Ambiente galáctico: A interação com outras galáxias e o chamado “clima de aglomerado” pode influenciar a expansão dos lóbulos, moldando diferentes morfologias.
- Fusões galácticas: Colisões entre galáxias podem reativar o buraco negro central, resultando em novos jatos e lóbulos internos mais brilhantes.
O estudo detalhado dessas estruturas é possível graças a telescópios como o ASKAP, que oferece alta sensibilidade e resolução, permitindo identificar tanto os lóbulos mais antigos e tênues quanto os mais recentes e brilhantes.

Por que a descoberta de novas Galáxias Rádio Gigantes é importante?
A identificação de novas Galáxias Rádio Gigantes fornece pistas valiosas sobre a evolução das galáxias e dos buracos negros supermassivos. Com o aumento da sensibilidade dos instrumentos, como o ASKAP, é possível detectar estruturas que antes avam despercebidas em levantamentos menos profundos.
- Permite estudar os ciclos de atividade dos núcleos galácticos e entender os mecanismos que reativam os buracos negros.
- Ajuda a mapear a influência do ambiente em torno das galáxias, incluindo interações com outras galáxias e o meio intergaláctico.
- Contribui para a compreensão da formação de estruturas de grande escala no universo.
Além disso, essas descobertas abrem caminho para novas pesquisas sobre o papel das Galáxias Rádio Gigantes na história cósmica, já que seus lóbulos podem servir como registros das atividades adas dos buracos negros centrais.
Como os telescópios modernos contribuem para essas descobertas?
O avanço tecnológico dos radiotelescópios, como o ASKAP, tem sido fundamental para o aumento do número de Galáxias Rádio Gigantes conhecidas. Equipado com receptores inovadores, o ASKAP consegue observar áreas muito maiores do céu em uma única imagem, facilitando a identificação de objetos raros e extensos.
Essas capacidades permitem que os astrônomos realizem levantamentos de grande profundidade, revelando detalhes sobre a morfologia, simetria e idade das galáxias. O o a dados mais completos e precisos impulsiona o entendimento sobre a dinâmica dos buracos negros e a evolução das estruturas cósmicas em escalas nunca antes exploradas.
Com o prosseguimento dos levantamentos realizados por instrumentos como o ASKAP, espera-se que o número de Galáxias Rádio Gigantes identificadas continue a crescer, fornecendo informações essenciais para desvendar os processos que moldam o universo em suas maiores escalas.