Agricultura

Oficina treina produtores rurais no manejo da pitaya, fruta popular no DF

A pitaya está na moda e a produção local aumenta a qualidade dos produtos e favorece a criação de renda e empregos

Em todas as variedades, a pitaya é uma fruta que agrada a diferentes paladares -  (crédito: Divulgação/Emater_DF)
Em todas as variedades, a pitaya é uma fruta que agrada a diferentes paladares - (crédito: Divulgação/Emater_DF)

A popularidade da pitaya no Distrito Federal inspirou uma parceria entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) para a criação de uma oficina de poda da fruta.

Na última quarta-feira (28/5) na Embrapa Cerrados, pequenos agricultores locais se reuniram na oficina que acontece anualmente e oferece conhecimentos sobre sobre irrigação, nutrição, podas de formação, produção, proteção das raízes e também o manejo das invasões. Os cladódios - pedaços da planta podados que podem ser cultivados - ficaram com os produtores, tornando-os multiplicadores de pitaya em suas propriedades.

Em alta no Distrito Federal, a pitaya é rica em nutrientes e chama atenção pela beleza. Sua popularidade, que tem aumentado ao longo dos anos, fez com que a sua produção também crescesse. Em 2023, foram produzidas no DF cerca de 500 toneladas da fruta. Número que teve um aumento de 40% e chegou a 700 toneladas em 2024. 

Há cerca de oito anos, existiam no DF apenas quatro agricultores que cultivavam a fruta em quatro hectares. Atualmente, os números saltaram para 113 produtores em 35 hectares. 

Responsável pelo pelo programa de Fruticultura da Emater-DF, o engenheiro-agrônomo Felipe Camargo, afirma que eventos como a oficina influenciam a produção. “A Embrapa tinha materiais novos para lançar, e a gente precisava entregar isso para o produtor, que é o principal beneficiário de tudo isso. Eles aprendem todo o manejo, como podar, as variedades que existem da espécie, e ainda levam mudas para iniciar um plantio na propriedade. E os extensionistas rurais continuam acompanhando esse desenvolvimento com o trabalho de assistência técnica nas visitas domiciliares”.


Fonte de renda

Entusiasmada com a possibilidade de cultivar pitayas, a produtora rural do Paranoá Maria do Socorro Araujo Faria, 68 anos, planta mangas e laranjas, entre outros tipos de fruta, e vai investir também na fruta. 

“Além de gostar, eu acho linda a flor. Sou apaixonada por plantas, e meus netos amam a pitaya. Vai ser muito bom ter em casa, além de mais uma fonte de renda. Juntar a Emater com a Embrapa para termos esse o está sendo muito útil para quem mora na zona rural”, completou. 

Produtor de pitayas há cerca de cinco anos, Vilmar Rodrigues de Morais, 60, cultiva pitayas em Brazlândia e após aprender sobre o cruzamento das espécies, que dispensa a polinização manual, frisou que o aprendizado em campo foi um divisor de águas.  

Encontro reuniu produtores em torno de dicas e orientações sobre a pitaya, que já é cultivada em grande escala no DF
Encontro reuniu produtores em torno de dicas e orientações sobre a pitaya, que já é cultivada em grande escala no DF (foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília)

Ele conta que é comum a flor da pitaya abrir às 20h, o que deixava os trabalhadores acordados até as 2h do dia seguinte para fazer a polinização manual nas 200 ou 300 flores da propriedade. 

“Com esse novo conhecimento, se a gente conseguir adaptar na nossa propriedade, nosso trabalho com certeza vai ser menor. Esse avanço vai melhorar e com certeza vamos deslanchar, então eu estou muito feliz”, completou. 

Inovação

Cultivada em postes de concreto com pneus, a variedade da fruta exótica desenvolvida pela Embrapa chama atenção pela resistência a pragas e baixa necessidade de mão de obra. Ela tem uma produção estimada em 25 toneladas por hectare, podendo gerar uma receita de R$ 250 mil por hectare. O custo de implantação é de cerca de R$ 85 mil por hectare.

Fábio Faleiro, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados comenta que os consumidores de Brasília estão se apaixonando pela pitaya da região, presente no menu de diversos restaurantes com sucos e drinques, além de lojas do varejo com diferentes espécies, como a pitaya vermelha de polpa branca, a amarela, a vermelha de polpa roxa e até minipitayas. 

Uma das estratégias do governo para fortalecer a fruticultura no DF, está a Rota da Fruticultura, criada pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional em parceria com órgãos e entidades locais e lançada na AgroBrasília 2023 com a de um Acordo de Cooperação Técnica com a Codevasf.

Envolvendo a Emater-DF e a Seagri no apoio aos produtores rurais, as ações buscam  e ampliar a produção e o fornecimento de frutas como açaí, mirtilo e pitaya, promovendo a geração de emprego e renda, incentivando novos agricultores, promovendo o intercâmbio de tecnologias e diversificando as culturas agrícolas da região.


 

postado em 01/06/2025 14:36
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