
A polêmica em torno da condenação do humorista Leo Lins continua repercutindo amplamente na mídia. O comediante foi sentenciado a 8 anos e 6 meses de prisão em regime fechado e condenado ao pagamento de uma multa de R$ 1 milhão, por disseminar discursos discriminatórios em um vídeo publicado em seu canal no YouTube em 2022.
O conteúdo em questão, que já acumulava mais de 3,3 milhões de visualizações antes de ser retirado da plataforma em 2023, continha piadas consideradas ofensivas e preconceituosas contra diversas minorias. A decisão foi tomada pela 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que entendeu que o material incitava a violência verbal e fomentava o discurso de ódio.
Em um dos trechos mais criticados, Leo Lins afirma:
"Eu faço piada com tudo e todos. Quer show mais inclusivo que esse? Cheguei a contratar intérprete de libras só para ofender surdo-mudo. Não adianta fingir que não está ouvindo, não."
Na sequência, ele imita sons e faz referência ao personagem Chewbacca, de "Star Wars", comparando-os às pessoas com deficiência auditiva.
Em outro momento, o humorista faz uma piada envolvendo menores de idade:
"Às vezes, gosto de fazer uma piada só para ver a reação de espanto da pessoa. Uma vez, estava em um evento e o garçom perguntou: ‘você quer um uísque com energético?’ Eu respondi: ‘Tá maluco, rapaz? Pra mim, uísque tem que ser igual mulher: puro e com 12 anos.’”
Apesar de removido do YouTube, o vídeo continua circulando em outras redes sociais. A decisão judicial reacendeu o debate sobre os limites do humor, liberdade de expressão e responsabilidade social no palco e na internet.