ELIMINATÓRIAS

Brasil empata sem gols com o Equador na estreia de Carlo Ancelotti

Após curto período de treinos com o técnico italiano, equipe canarinho não desenvolve bem o jogo e retorna ao Brasil com um ponto na bagagem. Próximo jogo é contra o Paraguai, na terça-feira (10/6), em São Paulo

Qualidade individual de Vinicius Junior não foi suficiente para liderar a Seleção à vitória contra o Equador -  (crédito: Rodrigo Buendia/AFP)
Qualidade individual de Vinicius Junior não foi suficiente para liderar a Seleção à vitória contra o Equador - (crédito: Rodrigo Buendia/AFP)

A linha do Equador que divide o planeta em dois hemisférios tratou de separar o que era expectativa e realidade da Seleção Brasileira sob o comando de Carlo Ancelotti. A euforia pela estreia do italiano de 65 anos é compreensível. Porém, o caminho natural de uma equipe emprega o quarto treinador no ciclo era uma partida sem brilho. Nesta quinta-feira (5/6), não teve nada vencer, muito menos convencer. No Estádio Monumental, em Guayaquil, o Brasil empatou por 0 x 0 pela, pela 15ª rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. 

O empate sem gols da Seleção em Guayaquil reforça a regularidade equatoriana em casa. Nestas Eliminatórias, a equipe ostenta a segunda colocação, com 24 pontos, com 18 obtidos diante da torcida. Nem mesmo a líder e atual campeã mundial, Argentina, está invicta nos próprios domínios nesta edição da corrida por vaga à Copa do Mundo.

Carlo Ancelotti quebrou uma sequência positiva de treinadores em estreias com a Seleção Brasileira. Os dois antecessores no ciclo rumo ao Mundial no Canadá, no México e nos Estados Unidos iniciaram trabalhos com vitórias. Dorival levou o país à vitória por 1 x 0 sobre a Inglaterra no amistoso no lendário Wembley. Fernando Diniz ensaiou a trupe à goleada por 5 x 1 sobre a Bolívia na primeira rodada Eliminatórias. 

A partida no Equador também é um divisor nas estatísticas da carreira do técnico multicampeão na Europa. Dos 12 trabalhos iniciados, seis começaram com empates, contra cinco vitórias e uma derrota. O único tropeço em debute foi em 1996, quando comandava o Parma no 3 x 1 para o Pescara, pela Copa da Itália. 

Carlo Ancelotti terá mais quatro dias para orquestrar a Seleção Brasileira até a exibição contra o Paraguai, na terça-feira (10/6), às 21h45, na Neo Química Arena, em São Paulo. 

Embora a rodada das Eliminatórias não tenha sido concluída, o Brasil ocupa a 4ª colocação, com 22 pontos. Há risco de cair uma posição, caso a Colômbia vença o Peru, nesta sexta-feira (6/6), às 17h30, em Barranquilla. 

"Era uma partida que queríamos a vitória. Era um jogo difícil, pela diferença de equipe. Eles estão mais consolidados. Pouco a pouco, vamos crescendo. Tivemos um sistema defensivo muito sólido, demos poucas oportunidades a eles. Esse é o caminho", analisou o volante Casemiro à TV Globo. 

Carlo Ancelotti terá mais quatro dias para treinar a Seleção para o jogo contra o Paraguai, na terça-feira (10/6)
Instruções eram variadas, com direito a bronca a quem caía e reclamava (foto: Rodrigo Buendia/AFP)

O jogo

O primeiro tempo da Seleção Brasileira seguiu o curso natural de uma equipe com um treinador em duas semanas de trabalho. A principal intervenção de Carlo Ancelotti no time foi a entrada de Estêvão como titular. A joia palmeirense vendida ao Chelsea ocupou o lado direito que seria de Raphinha no esquema 4-3-3 na fase ofensiva. O jovem foi vítima de bolas longas precipitadas. Consequentemente, o ataque não demonstrou tanta capacidade. Richarlison precisou sair da área em alguns momentos para buscar o jogo. 

Não houve inversões entre Estêvão e Vinicius Junior. Porém, a melhor chance canarinho nos primeiros 45 minutos foi com o melhor do mundo da Fifa, após sobra na pequena área. O xodó do técnico italiano só não contava que seria atrapalhado pela defesa no momento exato do arremate cara a cara com o goleiro Moisés Ramírez. Ponto negativo no último terço do campo foi a falta de proximidade dos meias com os atacantes para tabelas e triangulações. Bruno Guimarães poderia ter exercido melhor a função de elemento surpresa. 

Houve momentos de perigo em Guayaquil. Os cruzamentos deram dor de cabeça para o quarteto defensivo e para o goleiro Alisson. Os equatorianos controlaram bem a bola na segunda metade da etapa e arriscaram de fora aos 37 minutos. Yeboah experimentou e obrigou o guardião das traves do Brasil a se virar em dois tempos. 

A conversa de Ancelotti durante o intervalo não surtiu efeito. Houve lampejo de criatividade aos sete minutos, quando Vinicius Junior avançou pela esquerda, limpou a marcação e ou para Richarlison. Entretanto, o novo velho camisa 9 furou a tentativa de finalização e desperdiçou boa oportunidade. Na sequência, o Brasil tentou surpreender com roubadas de bolas e escapadas, mas sem sucesso. Quando desarmes aconteciam, os jogadores quase sempre pareciam isolados. 

A partir da segunda metade do segundo, o Equador tomou as rédeas da partida. Colocou a bola no chão, trocou mais es e finalizou duas frentes. O drama das bolas alçadas na área persistiu até o fim. As entradas de Andrey, Gabriel Martinelli e Matheus cunha nas posições de Gerson, Estêvão e Richarlison não mudaram o que foi a Seleção em campo. A transição da defesa para o ataque estava prejudicada e a cinco minutos dos acréscimos, o Brasil mal ava do meio de campo e abusava das bolas longas.

Ficha técnica

Equador 0 x 0 Brasil
Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026 (15ª rodada)

Local: Monumental de Guayaquil, Equador
Público e renda: não informado
Arbitragem: Piero Maza (Chile)

Equador — Moisés Ramírez; Ordóñez, Pacho, Hincapié e Estupiñán; Vite, Alan Franco, Moisés Caicedo e Yeboah (Kevin Rodríguez); Minda (Preciado) e Angulo (Yaimar Medina). Técnico: Sebastián Beccacece

Brasil — Alisson; Vanderson, Marquinhos, Alex Ribeiro e Alex Sandro; Casemiro, Bruno Guimarães (Andreas Pereira) e Gerson (Andrey); Estêvão (Gabriel Martinelli), Richarlison (Matheus Cunha) e Vinicius Junior. Técnico: Carlo Ancelotti

postado em 05/06/2025 22:00 / atualizado em 05/06/2025 22:58
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