
Após o Itamaraty publicar uma nota em que condena o anúncio de 22 novos assentamentos israelenses na Cisjordânia, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou a posição contrária à ação de Israel nos territórios ocupados. Durante o evento de posse do prefeito do Recife, João Campos, na presidência do PSB, o chefe do Executivo disse, neste domingo (1º/6), que Israel comete um “genocídio” na Faixa de Gaza contra os palestinos.
“Por detrás do massacre em busca do Hamas, o que existe, na verdade, é a ideia de assumir a responsabilidade e ser dono do território de Gaza. Ora, o que nós estamos vendo não é uma guerra entre dois exércitos preparados num campo de batalha, com as mesmas armas. O que nós estamos vendo é um exército altamente profissionalizado matando mulheres e crianças indefesas”, defendeu o presidente.
Lula disse ainda que o Brasil tem o papel de evitar mais guerras e defendeu a entrada de novos países no Conselho de Segurança das Nações Unidas (UNSC, na sigla em inglês). Atualmente, o grupo é formado por cinco membros permanentes (China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos), além de outros dez provisórios, que são escolhidos a cada dois anos.
“Se os membros do Conselho de Segurança da ONU não se respeitam e não discutem coletivamente, a ONU perdeu a credibilidade e é por isso que nós estamos brigando para mudar os membros do Conselho de Segurança da ONU”, disse, ainda, o presidente.
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Em nota publicada neste domingo, o Itamaraty reforçou que a decisão constitui “flagrante ilegalidade perante o direito internacional”, além de contrariar o parecer consultivo da Corte Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024, que condena a presença de Israel nos territórios da Cisjordânia e Faixa de Gaza, além de determinar a retirada dos assentamentos israelenses nos territórios palestinos ocupados.
“O Brasil repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo israelense, que, ao imporem situação equivalente a anexação do território palestino ocupado, comprometem a implementação da solução de dois Estados”, condenou o MRE.